O que é o Projeto Banana-Terra?
O Projeto Banana-Terra é uma parceria entre os escritórios brasileiros da Anistia Internacional e do Greenpeace. Nele, fortalecemos jovens ativistas das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste que desenvolvem ativismo e projetos de mobilização na defesa e promoção do meio ambiente e dos direitos humanos no contexto de conflito por terra e recursos naturais. Para isso, promovemos três oficinas gratuitas onde estimulamos as e os jovens participantes a se conectarem, trocarem experiências e criarem projetos que permitissem que aplicassem e compartilhassem esse conhecimento nas comunidades onde vivem.

Onde e quando foram realizadas as oficinas? Como elas funcionaram?
A oficina do Norte aconteceu na cidade de Belém (PA), em julho de 2018; a oficina do Nordeste aconteceu em São LuÍs (MA), em setembro de 2018 e a oficina do Centro-Oeste aconteceu na cidade de Dourados (MS), em fevereiro de 2019. Elas duravam de dois a três dias e ali as e os jovens se conectavam, trocavam informações sobre como criar projetos, como estimular pessoas a defenderem mudanças, como fazer tudo isso com segurança, conheciam ativistas mais experientes etc. Essas oficinas de aceleração de ativismo e mobilização utilizavam uma metodologia participativa para educação em direitos humanos, em que todas as pessoas envolvidas ensinavam e aprendiam, de forma horizontal. Ao todo 82 jovens participaram delas.

Como foi a seleção das e dos jovens participantes?
Para participar, as e os jovens precisavam ter entre 18 e 29 anos e morarem nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste do Brasil. Antes de tudo , preenchiam um formulário no site do Banana-Terra, dizendo se já desenvolviam ou não projetos nas áreas de direitos humanos ou de meio ambiente em suas comunidades, contando mais sobre suas vidas, planos futuros, como fariam para transmitir às outras pessoas o que aprendessem na nossa oficina, caso fossem selecionadas(os), entre outras questões. Buscávamos jovens que se identificassem com a luta por direitos e que gostariam de fazer mais pelas suas comunidades e regiões. Nós analisamos as respostas e selecionamos em torno de 30 para cada edição. Ao todo, recebemos 1.645 inscrições.

As e os jovens precisavam dar algo em troca da participação nas oficinas?
Depois das oficinas, as e os participantes entraram em uma jornada de ativismo que durou 6 meses para cada uma das edições. Nessa jornada, cumpriram várias missões, criando projetos, promovendo atividades, conectando-se com mais ativistas, compartilhando conhecimento etc. Para que essas iniciativas atingissem o máximo de seu potencial, disponibilizamos um fundo de R$ 5 mil para as mais inovadoras e um de R$ 750 para as que tinham o objetivo de compartilhar com outras pessoas o conhecimento adquirido nas oficinas. Porém, nenhuma das iniciativas usou todo o recurso, o que mostra a criatividade, inovação e eficácia delas. Assim, essas e esses jovens já impactaram mais de 13 mil pessoas com os seus trabalhos e com o apoio do Projeto Banana-Terra.

Há previsão de realização de outras oficinas?
Ainda não, mas estamos disponibilizando gratuitamente um manual com todo o conteúdo que oferecemos durante as oficinas. Nele, oferecemos alguns passos e opções de caminhos para ajudar qualquer pessoa interessada em criar, planejar e colocar em prática projetos que promovam a mudança que ela deseja. Baixe o manual Semeando o Poder: Um Guia Para Mudar o Mundo gratuitamente aqui.

Por que o Projeto Banana-Terra foi criado?
O Brasil é um dos líderes em taxas de violência relacionada a conflitos por terra no mundo. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra, mais de 118 mil famílias estiveram envolvidas nesse tipo de conflito no Brasil em 2018 e, em 2017, registramos o maior número de mortes no campo desde 2003: 70 pessoas. Os principais conflitos acontecem justamente nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Ambientalistas, trabalhadoras(es) rurais, populações indígenas, quilombolas, ribeirinhos e comunidades de pescadores de várias regiões lutam e sofrem abusos que ameaçam não só suas causas, mas suas vidas.

Por que o nome “Banana-Terra”?
A banana-terra vem de uma árvore com raízes que se conectam umas com as outras por baixo da terra e essa conexão – que a gente não vê – faz essas árvores muito fortes. Essas raízes (também chamadas de rizomas) multiplicam-se e fixam-se cada vez mais no solo, então, quando uma bananeira completa seu ciclo, ela deixa outra pronta para crescer e dar frutos. A banana-terra também é uma importante fonte nutricional para pessoas das mais diversas origens e realidades em todo o país. Assim também são as e os jovens ativistas de nosso projeto: fiéis às suas raízes, fazem a luta por um país mais justo para todos acontecer. E estão em todos os lugares, compartilhando conhecimento e promovendo mudanças positivas por onde passam.

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